José Salvador Alvarenga, 37 anos, náufrago por 14
meses, foi resgatado na última terça-feira, 04 de fevereiro, nas Ilhas
Marshall. Segundo o pescador, o que o ajudou a sobreviver por tanto tempo à
deriva foi sua fé em Deus. “Achava que ia ficar louco”, disse o homem, que
havia naufragado em novembro de 2012 na costa mexicana durante uma pescaria de
tubarões.
Alvarenga relatou que os problemas começaram quando
estavam a 70 Km da costa do México e um vento forte começou soprar do norte.
Sem motor, ele e seu ajudante, Ezequiel, ficaram à deriva no barco de pesca. O
jovem, que tinha entre 16 e 18 anos, morreu quatro meses depois por não
conseguir se alimentar de animais crus.
“[Ezequiel] aguentou quatro meses. Mas depois fiquei
sozinho. ‘Meu Deus, quando vou sair, quando vai me levar?’, eu pensava”‘, disse
o náufrago, que precisou lançar o corpo do colega ao mar. A sobrevivência se
deu através da ingestão de água da chuva ou de sua própria urina, além de comer
peixes, tartarugas e aves: “Levantava esperando patos, pássaros que viessem a
minha lancha”, disse Alvarenga, que passava os dias “sentado, vendo o céu,
vendo o sol”.
Ao ser questionado sobre o que o ajudou a superar os
momentos de dificuldade, respondeu: “Deus… Minha fé em Deus [...] Não pensava
em morrer, pensava que ia sair, forte. Mas em duas ocasiões quis me matar,
agarrava a faca quando não havia água ou comida”, contou.
Os médicos que fizeram a primeira avaliação após o
resgate chegaram à conclusão de que, apesar de certa atrofia dos músculos das pernas,
de forma geral o estado de saúde de Alvarenga era bom. “Está melhor do que o
esperado”, avaliou o embaixador dos Estados Unidos nas Ilhas Marshall, Thomas
Ambruster, um dos primeiros a ter contato com o pescador, que é salvadorenho,
mas antes de ficar à deriva no mar, havia vivido por 15 anos no México.
A mãe do pescador, María Julia Alvarenga, vive em El
Salvador e reconheceu o filho através de fotografias. Aliviada, demonstrou
gratidão por saber que ele estava vivo: “Agradeço a Deus por ver meu filho,
acreditava que estava morto [...] Só quero tê-lo aqui conosco”, disse.
Fonte: AD ALAGOAS
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